Estresse em animais: o amigo invisível que pode estar afetando a saúde do seu pet

Assim como nós, os animais também podem sofrer de estresse. Apesar de ser um sentimento natural e importante em certas situações, o estresse excessivo pode ser muito prejudicial para a saúde física e mental dos nossos pets. Por isso, é fundamental que tutores e veterinários estejam atentos aos sinais de estresse nos animais e saibam como identificar as causas e tratar o problema.

O que é o estresse?

O estresse é uma reação do organismo a situações que exigem adaptação. Existem 2 tipos de estresse, o EUSTRESSE, que é positivo, e o DISTRESSE, que é ruim.

Causas do estresse em animais:

As causas do estresse em animais são variadas e podem incluir:

  • Mudanças no ambiente: mudança de casa, chegada de um novo membro na família (humano ou animal), reforma no lar, etc.
  • Doenças: dores, desconforto e hospitalização podem gerar estresse.
  • Medo e ansiedade: barulhos altos, como fogos de artifício, viagens de carro, visitas ao veterinário, etc.
  • Falta de socialização: animais que não são expostos a diferentes pessoas, animais e ambientes podem se tornar medrosos e estressados.
  • Maus-tratos e negligência: abandono, violência física ou psicológica, falta de cuidados básicos, etc.

EUSTRESSE

O eustresse é um tipo de estresse considerado "bom" ou "positivo". Ele ocorre quando o animal é exposto a desafios ou estímulos que o motivam e o impulsionam a se superar, sem causar prejuízo à sua saúde física ou mental.

Como o eustresse faz bem aos animais:

  • Melhora o bem-estar emocional: o eustresse pode gerar sentimentos de alegria, satisfação e confiança, contribuindo para o bem-estar emocional do animal.
  • Estimula o aprendizado: desafios e atividades prazerosas podem estimular o aprendizado e o desenvolvimento cognitivo do animal.
  • Fortalece o sistema imunológico: estudos indicam que o eustresse moderado pode fortalecer o sistema imunológico, tornando o animal mais resistente a doenças.
  • Aumenta a resiliência: animais expostos a situações de eustresse podem se tornar mais resilientes, ou seja, mais capazes de lidar com desafios futuros.

Exemplos de eustresse em animais:

  • Cães: participar de competições de agility, farejar trilhas, aprender truques novos.
  • Gatos: brincar de caçar, explorar ambientes novos, escalar arranhadores.
  • Cavalos: participar de cavalgadas, saltar obstáculos, pastar em áreas com diferentes terrenos.

Como proporcionar eustresse aos animais:

  • Ofereça desafios: proponha atividades que estimulem o animal física e mentalmente, como jogos, brinquedos interativos e treinos.
  • Varie o ambiente: explore lugares novos, passeie por diferentes rotas, promova o contato com outros animais e pessoas.
  • Respeite os limites: observe os sinais do animal e evite situações que possam gerar estresse excessivo.
  • Utilize o reforço positivo: recompense os comportamentos desejados com petiscos, carinho ou palavras de incentivo.

DISTRESSE

O distresse ocorre quando o animal é exposto a situações estressantes de forma prolongada ou intensa, causando prejuízo à sua saúde.

Sinais de distresse em animais:

Os sinais de distresse em animais podem ser físicos, comportamentais e emocionais. É importante lembrar que cada animal é diferente e pode manifestar o estresse de maneira particular. Alguns sinais comuns incluem:

  • Mudanças no apetite: perda ou aumento do apetite.
  • Alterações no sono: dificuldade para dormir ou sono excessivo.
  • Irritabilidade: agressividade, agitação, latidos ou miados excessivos.
  • Isolamento: animal mais quieto, que se esconde ou evita contato.
  • Comportamentos destrutivos: roer objetos, arranhar móveis, fazer xixi fora do lugar.
  • Lambedura excessiva: principalmente em cães, pode levar a feridas na pele.
  • Vocalização excessiva: latidos, miados, ganidos, etc.
  • Diarreia ou vômito: podem ser reflexo do estresse.
  • Problemas de pele: alergias, coceira, lambedura excessiva.

O perigo do estresse que pode levar o animal a óbito:

  1. Em situações de estresse intenso, o corpo do animal libera grandes quantidades de hormônios como adrenalina e cortisol. Esses hormônios preparam o corpo para a reação de "luta ou fuga", aumentando a frequência cardíaca, a pressão arterial e a frequência respiratória.
  2. Nesse processo, há um aumento significativo na demanda de energia das células, principalmente nos músculos. Para suprir essa demanda, o organismo utiliza principalmente a glicose como fonte de energia.
  3. Em condições normais, a glicose é metabolizada em um processo que gera energia e subprodutos como água e gás carbônico. No entanto, em situações de estresse intenso, a demanda por energia é tão alta que o organismo pode não conseguir fornecer oxigênio suficiente para metabolizar a glicose completamente.
  4. Nesse caso, ocorre a fermentação lática, um processo anaeróbico que converte a glicose em ácido lático. O ácido lático é um subproduto da fermentação que se acumula nos músculos e pode causar fadiga, dor e, em casos extremos, acidose lática.
  5. A acidose lática é uma condição em que o pH do sangue diminui devido ao excesso de ácido lático. Essa condição pode ser fatal, pois interfere na função de órgãos vitais como o coração e o cérebro.
  6. Em animais submetidos a estresse extremo, como perseguições prolongadas, contenção inadequada ou medo intenso, a produção de ácido lático pode ser tão grande que leva à acidose lática aguda e à morte instantânea.

É importante ressaltar que a morte por acidose lática em situações de estresse é mais comum em animais selvagens ou em situações extremas de manejo. Animais domésticos, em geral, não são comumente submetidos a esse nível de estresse.

Como aliviar o estresse negativo em animais:

O tratamento do estresse em animais depende da causa e da gravidade do problema. Algumas dicas importantes incluem:

  • Identifique a causa do estresse: observe o comportamento do seu animal e tente identificar o que está causando o estresse.
  • Consulte um veterinário: o veterinário poderá avaliar a saúde do seu animal e recomendar o tratamento adequado.
  • Crie um ambiente seguro e tranquilo: ofereça um espaço seguro para o seu animal, com brinquedos, arranhadores (para gatos), caminhas confortáveis e um ambiente livre de barulhos excessivos.
  • Promova atividades físicas e mentais: passeie com seu cão, brinque com seu gato, ofereça brinquedos interativos que estimulem a mente do seu animal.
  • Socialize seu animal: exponha seu animal a diferentes pessoas, animais e ambientes de forma gradual e positiva.
  • Utilize técnicas de reforço positivo: recompense os comportamentos desejados com petiscos, carinho ou palavras de incentivo.
  • Em casos mais graves, o veterinário pode recomendar terapias comportamentais ou medicamentos.

Dicas importantes:

  • Seja paciente: o tratamento do estresse em animais pode levar tempo e exige paciência e dedicação.
  • Não force o animal: respeite os limites do seu animal e não o force a fazer algo que ele não queira.
  • Ofereça carinho e atenção: o carinho e a atenção são fundamentais para o bem-estar emocional do seu animal.

Lembre-se: o estresse negativo em animais é um problema sério que pode afetar a qualidade de vida do seu pet. Ao identificar os sinais de distresse, procure ajuda veterinária e siga as orientações do profissional. Com paciência, carinho e o tratamento adequado, seu animal poderá ter uma vida mais feliz e saudável.

Compartilhe este post com seus amigos e ajude a divulgar a importância de cuidar da saúde emocional dos animais!

Agende uma consulta com nossa equipe veterinária para avaliar o comportamento do seu pet e receber orientações personalizadas.

Deixe um comentário abaixo com suas dúvidas ou sugestões para próximos posts!

Esperamos que este post seja útil para você e para seus pets. Se tiver mais dúvidas, entre em contato conosco!

Atenciosamente,


Deixe seu Comentário